Por Olimpio Guarany
No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Amazônia não pede licença — ela se impõe.
Com seus rios que cortam fronteiras, suas árvores que tocam o céu e seus povos que vivem em profunda conexão com a terra, a Amazônia é muito mais do que uma pauta ambiental: ela é uma chance real de futuro.
Para nós, amazônidas, o meio ambiente nunca foi apenas um tema de conferência ou um slogan de campanha. Aqui, o meio ambiente é o quintal da casa, a água que se bebe, o alimento que se colhe, o som do tambor que ecoa nos festejos populares, o conhecimento que a de geração em geração.
Em 2025, o mundo vai olhar para nós. A COP 30 será realizada em Belém do Pará, pela primeira vez em território amazônico. Será a hora e o lugar para que a floresta fale — e que o mundo escute.
Mas o que a Amazônia tem a dizer?
Ela fala de urgência, porque é nela que os efeitos da crise climática já são sentidos com força. O regime de chuvas alterado, a seca histórica dos rios em 2023, a perda acelerada da biodiversidade e o aumento das queimadas são sinais de um ecossistema pressionado ao limite. Estudos mostram que já perdemos cerca de 20% da floresta original — e o ponto de não retorno, quando a Amazônia deixaria de ser floresta para se transformar em savana, está perigosamente próximo.
Ela fala de sabedoria, porque seus povos conhecem formas de viver em equilíbrio com a natureza. Povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares têm tecnologias sociais, práticas sustentáveis e modos de vida que garantem a conservação da floresta. Eles não são obstáculos ao progresso — são guardiões do futuro.
Ela fala de resistência, porque tem enfrentado a exploração predatória e a indiferença histórica. Por séculos, a Amazônia foi vista como terra distante, a ser explorada, ocupada ou ignorada. Mas essa narrativa está mudando. E precisa mudar de vez.
Neste dia simbólico, é preciso lembrar: não há solução para o clima sem a Amazônia viva.
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